"Francis Bacon - O início de um despertar" - Capítulo II



"Francis Bacon - O início de um despertar" - Capítulo I

Depois de mais de 3 horas sem conseguir controlar o choro, Francis finalmente se acalmou. Envergonhado, não contou para ninguém sobre a situação e fingiu estar tudo bem. Com o coração partido e lenços no bolso, foi ao próximo show do Rock in Rio. Para sua alegria era um de seus cantores favoritos, Justin Beiber.

Apesar do ambiente e todas as questões favorecerem seu gosto musical e de curtição, não conseguia parar de pensar em como Anita havia sido indelicada e não sincera com ele. Por que ela haveria mentido assim, dito que não estava afim de um envolvimento com outra pessoa e em seguida, em menos de 48h, estar entregue aos braços de outro homem? De 5 em 5 minutos olhava novamente o celular para conferir a foto na esperança de observar que seu amigo (quem tirou a mesma) pudesse estar equivocado, mas infelizmente a imagem era nítida.

No show, dessa vez não ficou até o amanhecer. Preferiu voltar para casa de seu primo logo após o espetáculo da Menina, e logo deitou em sua cama. Começou a refletir sobre a vida, coisas do tipo:

- Por que não eu? Sou um cara tão de boa!
- Será que é porque estou gordinho?
- Será que é pelo meu rosto ser tomado de espinhas nojentas?
- Será que é porque tenho 27 anos e não trabalho, não tendo vontade, e nem pretendo trabalhar?
- Será que é porque meus pais pagam até o papel higiênico que me limpo na privada?
- Eu tentei investir, não quis tratá-la como qualquer uma, e é isso que recebo em troca?

Então, Francis Bacon começa a questionar a própria existência de Deus...

Como normalmente ocorre, reflexões frustrantes e não racionais trazem pouco proveito. Apenas aumentaram as mágoas do nosso herói. Foi assim, até que a lenda pegou no sono.

No outro dia parecia estar renovado. Acordou feliz mesmo com a lembrança, e disse para seu primo que precisavam sair, que gostaria de conhecer umas meninas para curtir, já que agora estava duplamente oficializado solteiro pela ocasião. Foram para um local famoso do Rio, onde samba, cerveja, e carnavalesco não faltam em nenhuma época do ano. Francis começou a rebolar, dançar até o chão, e cantarolar, cena que é muito sedutora se lembramos que ele tem 1,82m de bunda. Pelo menos foi a última medição que ele havia postado em seu badoo (rede social para homens que não conseguem se alimentar na moral).

Foi até que, uma menina se sentiu atraída pela dança do acasalmento. Mulata, linda, magra, de medidas invejáveis à qualquer outra mulher. Como o povo do Rio de Janeiro é mais "ligeiro" que aqui no interioRRRR (Campo Grande, MS), essa foi logo intimando nosso herói. Francis começou a tremer, pois logo pensou que precisaria transar, e como sempre, veio o medo de fracassar diante o ato. 

Foram para um hotel próximo de R$ 8,00 a hora. Francis não precisou de mais do que 3 minutos. O problema não foi funcionar, mas sim manter o motor ligado. A linda mulata se revoltou, deu um tapa na cara de Francis Bacon, cuspiu no chão, pagou os R$ 8,00 e ainda afirmou: "- Prefiro pagar, pois sou mais homem do que esse ai mesmo sendo mulher!"... e assim desapareceu.

Francis começou a passar mal. Uma disritmia tomou conta de seu peito. O suor frio escorria pelo bigode e pela nuca, parecia que ia desmaiar, até que seu celular tocou. Era o bom e velho amigo "Poeta Negro".

Francis Bacon teve a infelicidade de contar de cara o episódio com a linda mulata, o que lhe proporcionou mais de duas horas de ligação aguentando o poeta elaborando "poesias" sem conseguir controlar o riso para sua pessoa pelo total fracasso em existência masculina. Foi interessante, pois assim, Francis também se descontraiu e começou a se divertir com a própria "desgraça".

Depois de conseguir retomar o folego de tanto rir dessa estúpida brochada, Francis decidiu contar sobre a questão da Anita já estar com outro depois de tudo que passaram (Para ela: 3 celinhos Para ele: um divórcio). O Poeta ouviu com cuidado, não esculhambou, e encheu nosso amigo de bons "tapas na cara". Foi quando esse começou a transformar toda sua tristeza e decepção em raiva. Começava então a se tornar uma pessoa amarga, grosseira e sem paciência...


(continua...)

Julio Furlaneto

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Confira o Capítulo III AQUI!

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