"Francis Bacon - O início de um despertar" - Capítulo III




Francis Bacon desistiu de ir ao último show do Rock in Rio, que era o espetáculo da Rihanna. A revolta tomava conta do seu ser. Foi então que, voltou a conversar com os amigos e grupos do Whatsapp. Francis, um cara legal, educado e simpático estava agora agressivo. Não falava quase nada, e independente de quando se manifestava era através de algum palavrão ou "coice" sem justificativa. 

Voltando à Campo Grande (MS), manteve o mesmo padrão de conduta. Não foi visitar os amigos que tinham envolvimento com Anita e continuou a mal tratá-los. Voltou a sair com um grupo de amigos daqueles que, se formaram e não conseguiram se encaixar em nenhum aspecto socioprofissional de produção, ou seja, bebedeiras pouco produtivas de pessoas que não fazem nada da vida, assim como nosso herói.

Passado mais um dia, Anita soltou uma novidade em um grupo de Whatsapp. Havia então conhecido um outro rapaz, que agora seria seu verdadeiro príncipe encantado. Essa deixou até sua descrição após contar o fato, referindo-se à um moreno de pele clara, 1,95m de altura, abdome trincado, 48cm de braço, 15% de índice de gordura corporal, e como bônus, filho de uma das famílias mais ricas e tradicionais na cidade.


Depois dessa informação, o que já estava insuportável tornou-se ainda pior. Não havia mais como os amigos tolerarem a falta de humor e estupidez de Francis Bacon, até que todos decidiram se reunir junto a esse para conversar.

Através de uma tentativa exagerada em negar que estava agindo diferente, Francis acabou aceitando e confirmando que, estava totalmente frustrado e revoltado, e logo se desculpou. Demos um abraço coletivo e Francis Bacon começou a chorar. As amigas o consolaram, Capitão Silva e o Poeta Negro também disseram palavras bonitas e eu, como amigo próximo e autêntico, dei-lhe um bom tapa na cara, momento onde esse se controlou.

Francis me perguntou se como psicólogo poderia receitar anti-depressivos. Expliquei que não, pois essas prescrições partem de médicos psiquiatras, e mesmo assim não seria o caso. Apenas a infantilidade, a imaturidade e a falta de hombridade não justificam um encaminhamento farmacológico. Era hora de mudar.

Mesmo não conseguindo se ausentar das sensações de raiva e mágoa referidas a Anita, Francis voltou ao normal. Era o mesmo animal de sempre. O melhor amigo, e o homem mais incompetente que já conhecemos. Um combo de características únicas, características que faziam dele um ser humano especial.

Chegando o sabadão ele disse que havia um casamento que iria com sua família. E nesse casamento para a surpresa de todos, Francis conheceu uma menina muito especial. Médica, bonita, bem sucedida e filha de fazendeiros.

(continua)

Julio Furlaneto

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